Higiene e limpeza – Hábitos devem continuar
Na opinião de infectologistas, usar máscara, lavar as mãos com frequência e usar álcool em gel são ações que vieram para ficar
Lavar as mãos durante 20 a 40 segundos ou utilizar álcool em gel para higienizá-las; usar máscara; não entrar em casa com os mesmos sapatos ou chinelos que foram utilizados na rua; e fazer a limpeza das compras antes de armazená-las foram alguns dos hábitos de higiene e limpeza recomendados pelos médicos e órgãos de saúde desde que o novo coronavírus se espalhou pelo mundo.
Mas será que essas e outras ações de higiene e limpeza que ganharam ainda mais importância com pandemia devem permanecer mesmo após o fim da crise sanitária? Especialistas acreditam que sim.
O infectologista Estevão Urbano, coordenador do serviço de infectologia do hospital Madre Teresa e presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, destaca que todos os hábitos que tornaram-se mais relevantes com a chegada da pandemia são importantes, principalmente a higiene correta das mãos. “Desse modo, evitamos não só doenças como a Covid-19, mas também outros problemas respiratórios como gripes, resfriados e pneumonias, além de infecções intestinais, como intoxicações alimentares e diarreias infecciosas”, explica o médico, que integra o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte.
Máscaras devem continuar no atendimento ao publico
Além da higiene das mãos e do antebraço, que precisa ser mantida sempre, o especialista destaca que também deve passar a fazer parte da rotina de todos a chamada toalete da tosse, que é cobrir a boca com a parte interna do cotovelo.
Os ambientes posteriormente também serão mantidos mais ventilados. Tomar banho a cada volta para casa, reforçar a higiene de residências e empresas, além das embalagens de compras são outras ações que devem ser mantidas, segundo o médico.
Já o uso de máscaras e o distanciamento social podem desaparecer após a pandemia, de acordo com Estevão Urbano, exceto para pessoas que lidam frequentemente com o público como por exemplo (funcionários do caixa de supermercado, por exemplo). Mas essas medidas podem voltar caso outros vírus comece a circular.
Ou seja mesmo com toda a conscientização que tem sido pregada de forma incansável pela imprensa e por órgãos como o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais, a falta de hábitos de higiene e limpeza preocupa os especialistas. “Não é da nossa cultura ter bons hábitos de higiene, olhando a sociedade como um todo”, lamenta o infectologista Luís Gustavo Silva e Santos, consultor da plataforma online EuSaúde e do grupo RCS, especializado em soluções para gestão de saúde. “Mesmo em ambiente hospitalar, onde esperamos mais cuidado com essa questão, sabemos que os hábitos não chegam ao ideal.” Ele acredita que o ideal é que nos espelhássemos em outras culturas, como a oriental, na qual as pessoas utilizam máscara mesmo estando com um simples resfriado, para evitar contaminar outros indivíduos. “Isso mostra um grau de civilidade maior em relação a nós, brasileiros.”
Conclusão
Portanto além desse tipo de ação, que pode ser adotado pelos cidadãos, Luís Gustavo destaca a importância de ações do poder público para evitar a propagação de doenças.
Ele cita como exemplo o fato de que boa parte da população brasileira não tem acesso a itens de saneamento básico, que comprovadamente evitam diversos problemas de saúde.
A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 57 milhões de residências brasileiras não possuem acesso à rede de esgoto, 24 milhões não têm água encanada e 15 milhões sequer são atendidas pelo serviço de coleta de lixo. Nesse caso, temos muito a melhorar.
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Visto primeiro em: Revista Encontro